domingo, 11 de agosto de 2013

Parabéns a mulher da minha vida! Parabéns minha Mãe! Marcia Telma


  Hoje (10/07/2013) acordei com uma sensação bem esquisita, e não é a virose que está me deixando de cama, é um misto de muitas coisas, mas um vazio grande que só as chatices de uma mãe preencheriam, e é ela mesmo que tem me feito muita falta.




É engraçado, pois eu mesmo sempre sendo meio distante com as pessoas que mais amo, mesmo não sendo dos que liga todo dia, pra filho, quando está distante, pra mãe, mais especificamente, eu com a minha mãe estabeleci uma relação única, onde a honestidade tomou proporções muitas vezes prejudiciais ao nosso entendimento... Talvez por conta dela, a honestidade, deixamos de nos poupar de milhões de coisas que não deveriam ser ditas... Mas ao mesmo, sabemos de verdade até onde vai a capacidade do outro nos mais amplos aspectos... E o mais importante, quem somos de fato. 

Há um certo tempo tenho visto exemplo de pessoas que nutro certa admiração, a forma que eles convivem,- ou seriam outro nome-, talvez quem sabe... A forma que eles encontraram de se vivenciar ou desenvolver as questões ligadas à família, e vejo que muitos pensam assim, uma ligação consanguínea que acima de tudo deve ser preservada, maculada... Onde os seus não enxergam defeitos publicamente ou tecem criticas aos seus iguais... Onde o seleto grupo quase que se santifica, mesmo muitas vezes sabendo que o pecado é bem maior que a penitencia imposta. 

Eu, ao contrário disso, aprendi outra forma de pensar e até mesmo de respeitar essa instituição tradicional, eu o faço com a máxima honestidade, e mesmo discordando de um monte de coisa, e enxergando nos meus os seus defeitos que muitos da rua enxergam, eu os amo, e sem santificar, os adoro ainda mais, pois como humanos, eles ainda tem tantas qualidades como as que conheço, que verdadeiramente devem ser admirados por isso... 

 Assim se deu minha relação com as pessoas, sem a dependência “cega” da “tolerância muita vezes omissa da consanguinidade. Se pautar por princípios e não por grau de ligação, foi e é algo complicado, pois muitas vezes se é mal interpretados, gerando alguns maus entendidos... Muitas vezes por ignorância ou maldade das pior... Hoje com todos os meus defeitos e acertos me sinto um cara coerente em mais de 80% das minhas atitudes... RS... Acho um bom numero para os dias de hoje. RS


   O fato é que para tal e para tudo, fosse para minhas escolhas de vida ou para meu desenvolvimento profissional, artístico... ou até mesmo para o desenvolvimento da minha identidade humana. Eu contei com uma parceira, muitas vezes uma amiga complicada... que também tinha suas frustrações e marcas, com milhões de pontos a serem ainda colocados em sua vida, mas com a presença marcante em toda minha fundamentação humana, em todo meu entendimento de mundo, dando exemplos, que nem sempre eram os seus, mas indicando caminhos que se pautavam em princípios éticos. 


  Eu digo com muita coragem... Eu não aprendi nada na escola, quando comparado aos ensinamentos que tive a partir da minha Mãe e com os exemplos da minha avó. 

  Minha mãe acreditou em mim até quando quis ser jogador de futebol... – maior demonstração de amor creio que não possa haver... RS – Minha mãe foi minha primeira investidora, bancando idéias artistícas que até os que mais me elogiam hoje, na época, vislumbravam somente equívocos... E foi crendo neles, nos supostos equívocos, que os elogios de hoje chegaram ao trabalho que desde sempre idealizei... Ela me deixou seguir até nos caminhos que ela mesma não escolheria para si, mas confiou em mim, e me advertiu dos obstáculos que me esperavam...

    Eu em contra partida, não dei muito atenção aos planos que ela tinha feito para mim, talvez nove meses planejando o que eu não conseguir cumprir, e era tão pouca coisa que ela queria para mim, ela queria que eu me dedicasse aos estudos, e eu me dediquei a vida, as pessoas, as coisas oriundas das pessoas... Por isso... Não sei se fui bom filho, talvez tenha sido um bom amigo... Honesto, leal... Mas sei hoje, sendo pai, que ser um bom amigo não é o suficiente... E digo aos que me leem agora, eu infelizmente, ainda só continua sendo talvez um bom amigo... E por mais que tente ser um bom filho, eu ainda não consegui. 

 Minha mãe e minha avó foram minhas maiores referencias de honradez e honestidade, e ambas passaram por muitas provas... Quando no episódio que nos foi deixado covardemente uma divida a qual meu avo tinha sido avalista, e já falecido, não pode solucionar tal problema, ele que sempre foi à força de trabalho da família, a figura que resolvia todos os problemas, minha avó que não sabia sequer  resolver nada em banco, teve que junto aos seus filhos renegociar e sanar a divida alheia, a luta para sanar o debito e o débito do débito, a luta perene para se viver em outro padrão de vida... A importância dos poucos e fieis amigos... Minha avó voltando a dar aula no colégio São Vicente para ajudar nas despesas cotidianas da casa. Eu um moleque mimado e malcriado, impertinente, querendo os mais diversos presentes que sempre recebia nas datas onde comumente se presenteia, nas idas as capitais, Maceió e Aracaju... O choro mimado que doía no peito das minhas mães, Mercedes e Márcia... E até isso me levou ainda mais para entender o mundo como hoje entendo... Valorizar as pessoas como hoje valorizo... A não ter um apego demasiado no material e entender um pouco do processo da vida...

   Eu não só aprendi pelo amor... E amor não me faltou, eu sempre fui muito amado por minha mãe... Eu aprendi e construir meu universo entendendo as adversidades impostas pelo mundo... Só eu, Deus e a senhora mãe sabe o quanto foi difícil nossa vida... Nos mais diversos âmbitos .. Mas se não fosse tudo que vivemos eu não seria quem sou e certamente não estaria construindo essa história que estou empenhado em construir... 

Hoje é aniversario de minha Mãe... Eu gostaria mais que dizer algo bonito ou significativo... Eu gostaria de estar com ela aqui em minha casa... Vendo ela mimar meu filho e até mesmo ter o direito de me irritar com isso... Pois eu dentro de mim sempre que olho para ela, tenho a certeza que não estou sozinho no mundo... e saber disso me dar ainda mais força para buscar todos os sonhos que um dia a senhora mãe me incentivou a sonhar! 

  Muito agradecido pela liberdade que a senhora me deu, e por tudo que vivemos e sobrevivemos juntos!

   Desse meu jeito torto, eu te amo, te respeito e te admiro demais pela grande mulher, brilhante poeta, e mulher mais inteligente que conheci na minha vida.

   Parabéns Mãe tudo de bom para todos nós. 

(pelo grau de emoção que escrevi isso, eu de verdade não vou revisar ortografia, vou me dar o direito de postar assim mesmo... Até porque os que criticam, ao de criticar de toda forma.)

Seu filho
Jurandir Amadeu


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