UMA LIÇÃO DE AMOR E ESPERANÇA
Nasci em uma família de
tradição católica. O meu pai era Mariano e minha mãe que era filha de Maria,
cresceu cantando no coro do Convento dos Anjos na cidade de Penedo.
Dentro dessas tradições
familiares fui na minha infância da Cruzada Eucarística e educada nos
princípios rígidos das irmãs sacramentinas.Sempre amei a Maria como mãe de
Jesus , exemplo de humildade e renúncia e a N.Sra. de Fátima.fazia a oração do
rosário diariamente e por muitos anos desejei dedicar a minha vida seguindo uma
ordem religiosa.
Mas, como morava em uma
paróquia pobre, vi-me ante um problema sério do padre local.E pus-me a duvidar
da sua capacidade de participar da celebração da missa e principalmente da
Eucaristia.É sabido que os padres fazem os votos de celibato e quando estes são
quebrados geram desconfortos entre os católicos.Eu, jovem, achei que tinha o
direito de julgar e assim sendo me afastei da igreja.Foi muito difícil quebrar
os vínculos que me uniam a igreja católica e ficar à deriva.
Passado algum tempo levada
pela necessidade de congregar fui ser evangélica. Infelizmente não me encontrei
ali. Tentei, mas não consegui. Maria exerce apenas a função de mãe reprodutora,
bem diferente do que eu havia praticado toda a minha vida.Até que após muitos
conflitos íntimos me afastei da igreja e passei a estudar a espiritualidade,
onde me encontrei.
Entretanto esse ano fui
surpreendida pela eleição do novo papa.Um argentino, simples, humilde, que
mesmo depois de sua eleição vai pagar a sua conta do hotel onde havia se
hospedado, conserva os seus sapatos usados e não aceita usar aquele trono tão
ostensivo.escolhe o nome de FRANCISCO.
Não existe na historia papal nenhum
Francisco. E ele vai mais longe ao fazer a cerimônia do lava-pés.A partir daí
passei a ler todas as informações sobre o papa que pregava a humildade, a
solidariedade, a compaixão.Um papa que não aceitava compactuar com os padres
pedófilos e muito menos com os escândalos financeiros do Vaticano.
E esse Francisco chega ao
Brasil... Trazendo a sua mensagem de se tornar um com os mais sofridos e
abraçando a todos, dispensando a ostentação e levando na mão a sua bagagem.
E nos diz: “Não trago ouro, nem prata, mas lhes trago o
que de mais valioso me foi dado: Jesus Cristo.” E se faz um com os mais pobres,
mais sofridos ao visitar uma comunidade carente.Desce do papamóvel para beijar
uma velhinha: e pede que os jovens amem, ouçam e respeitem os idosos.Idosos,
esses tão relegados e esquecidos.
E vai mais longe:
“ Não se trata simplesmente de abrir a porta, mas de sair pela porta afora para
procurar e encontrar”.
Tenho
certeza, que esses jovens não voltarão aos seus lugares de origem , após passar
tanto frio, fome, dificuldades de locomoção e acomodação sem haverem passado
por uma profunda modificação interior e decerto todos saberão levar a mensagem
de que a “ afé é uma chama que se torna mais viva quando partilhada.”
Que o
mundo possa se tornar melhor se cada um de nós, não importando a religião
professada, possa praticar o amor e levar a esperança onde quer que esteja.
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