Ontem você sentiu que estava só.Não aquela sozinhez gostosa,morna e aconchegante,de quem quer ficar só, estar a sós,fazer um reencontro consigo mesmo,de ser egoísta um pouquinho e se amar mais...ouvir o disco predileto,assistir CASABLANCA ou ao ANJO AZUL, ou mesmo não fazer nada.Poder sentir a solidão porque está só (morar sozinho,por exemplo) e simplesmente ficar só. A isto, chamamos de sozinhez.
Mas, de repente,você se vê só, mas sozinho mesmo,abandonado, desamado.Horrível, não? É aquela sensação de vazio interior,de ir morrendo aos poucos quando há tantas vida em derredor.É como se perdesse a própria identidade soubesse para onde ir,como chegar, como partir. As suas raízes,antes tão sólidas, tão seguras,estão soltas. É esta solidão que dói,que maltrata.
Uma dor fininha como lagartixa,mas que leva milhões de pessoas ao desespero e até ao suicídio. Você começa a duvidar das suas crenças e dos seus valores. As esperanças fogem e vem o desânimo e a apatia...aquela vontade de fechar os olhos e esquecer...dormir e sonhar...seria tão bom ter alguém para abraçá-lo ,acariciá-lo, sem cobranças, sem nada exigir a não ser a sua presença,que se dispusesse a ouvir o seu Eu interior sem questionar, sem debater,e que lhe segurasse a mão e o chamasse de amigo.
Mas os sonhos duram tão pouco, morrem tão cedo.
Recentemente conheci um médico que resolveu criar um canário, como uma das formas de combater a solidão.
E é por isso que estou escrevendo. Para transformar a solidão em sozinhez.Para recomeçar. Para renovar.
Urge reagir com tenacidade, lutar contra a indiferença da cidade, das pessoas que cruzam com você e não o vêem resgatar o vínculo entre a razão e a emoção para nos sentirmos vivos e atuantes.
Na multidão anônima que passa ,há alguém que sente o que você sente, tem as mesmas angústias e dificuldades.
Por que não sairmos do nosso egoísmo e procurar encontrar alguém que possa acalmar as ansiedades da solidão? Pode não ser aquela pessoa para complementarmos a nossa metade,mas pode ser aquela criança de rua, o velhinho abandonado no asilo ou o órfão de pais vivos.
Adote alguém e de repente não é mais solidão na sua vida, é sozinhez.
MARCIA TELMA
Nenhum comentário:
Postar um comentário